Capítulo I: A Inevitabilidade da Queda
Epígrafe: "Mas
deixarei no meio de ti um povo humilde e pobre; e eles confiarão no nome do
SENHOR." Sofonias 3:12
Eu não estou de
brincadeira, e brinco. O bolsonarismo está com os dias contados. Eu repito: O
bolsonarismo está com os dias contados. Na carona da crescente onda anti-Trump,
que, há pouco tempo superará e vencerá democraticamente a ordem
neofascista caótica que se instalou momentaneamente (através de brechas
psicossociais de cunho efêmero).
Simples, é como
se diz na frase "cuspir no prato que comeu"; a aceleração desse
processo de mudança no pêndulo semi arrítmico político se dá e se dará através
da marcha dos processos capitalistas, produtos mercadológicos,
tecno-científicos e informacionais; uma convergência que fará com que pontos
divergentes nos contextos socioeconômicos e geopolíticos ocidentais (sobretudo
em países ditos democráticos como o Brasil e Estados Unidos) encontrem uma
balança mais justa.
Logo as novas
gerações, mais preparadas e atualizadas (que conseguem digerir e interpretar
informações com maior sensibilidade, discernimento e clareza) naturalmente e
consequentemente tomarão (e tomam) posições favoráveis àquelas que sejam,
alinhadas aos esquerdismos, aos centros e aos neocomunismos brasileiros e aos
liberais políticos e democratas dos EUA.
A direita e as
extremas direitas vão e estão se adaptando obviamente, se hibridizando, se transacionando
e se travestindo em cinquenta tons, mas, a guerra está perdida, se é que o que
existe ai pode ser considerada uma guerra, há muitos falsos conflitos e etc.,
gente da mesma banda tocando levemente em desarmonia e farinhas dos mesmos se
debatendo, pra falar a verdade. É um jogo que a natureza comanda e os homens
tentam tolamente marcar as cartas.
No ciclo natural
das coisas, o eleitorado dessa direita que se intrometeu ai, vem se
desvanecendo, seguindo tendências fragmentadoras, até pelo seu caráter
estrutural de caótica, impulsionada pela péssima representabilidade, devotada
às bases, inclusive; representantes que agem como ídolos estranhos que embora
suguem o voto dos apoiadores para obter poder, invertem o ato da devoção;
portanto, dão constantemente passos no escuro.
Desse quadro se
configura uma multitude de interesses que geram conflitos de egos, excessos e
loucura megalomaníaca; ingredientes que, corroboram na manutenção de uma união
mornamente unida; uma coisa frágil que sempre estará na beira de atirar no
próprio pé.
O indício mais
divertido: a própria sinalização cultural pelas redes sociais, música,
literatura e cinema ajuda a minar o fascismo de direita; ou seja, toda essa
moda e nostalgia dos anos 60, 70, 80 e 90 cultivada por corporações como
Adidas, Nike, Marvel e Netflix; durante todos os anos 2000s e 2010s, enfincam a
estética da contemporaneidade como o suprassumo superior às visões arcaicas e
ditas 'bregas' como "o ser macho", patriarcalismo e masculinismo.
Movimentos retrô
e de remistura cultural tomaram conta da internet, lar de memes como o gênero
musical vaporwave, as séries Stranger Things e Everything Sucks, os filmes
Guardians of Galaxy, Star Wars, Han Solo e Capitã Marvel e sites/redes
arquivadores baseados em nostalgia como o Way Back Machine e Tumblr.
Todo mundo
parece que quer reviver hoje em dia, vivemos na era do revival. Além de tudo
isso, a direita extrema é castigada sem esforço por bandeiras, que com o poder
da amizade e sapatinhos de algodão, fazem um verdadeiro estrago, é a famigerada
turminha do barulho: propostas sobre diversidade, temas sobre direitos humanos
e a existência persistente da sociedade civilizada democrática de bem-estar.
Capítulo
III: A Roupa Nova do Príncipe
Epígrafe: "Eis
que a sua alma se incha [...] Ai daquele que ajunta em sua casa bens mal
adquiridos, para por o seu ninho no alto [...] Eis que não vem do SENHOR dos
Exércitos que os povos trabalhem para o fogo [...]" Habacuque 2:44;7;9;13
Na peleja por
votos, poder político e bufunfa, hoje em dia (?), tá valendo quase tudo.
Enquanto os autodenominados conservadores, neonazistas e direitistas
"cristãos" (homens de bem) utilizam as tradicionais estratégias do
choque, das guerrinhas, das guerrilhas, da barbárie e da invenção e divulgação
de mentiras descaradas; todos lidam com a absurda previsibilidade das crenças e
mentalidades dos ativistas e simpatizantes de esquerda, que, semelhantemente
com o que ocorre com direitistas, mas com uma dinâmica diferente, acabam
acreditando e seguindo religiosamente somente aquilo que alguns grupos de
intelectuais, think tanks, jornalistas, certos famosos, veículos de comunicação
e certas empresas pregam, dentro da caixa ideológica que eles defendem, não
havendo espaços assim para um amplo diálogo, aprofundamento, expansão ou
soluções genuinamente funcionais para os problemas.
É evidente que
os incontáveis escândalos de corrupção jogaram contra o PT, o MDB e outros
partidos que representariam a "velha política" no Brasil, a ganância
insaciável para o enriquecimento fácil fez "heróis" darem punhaladas
em si mesmos e traírem milhões de brasileiros. Em contrapartida, quem chegou se
vendendo como uma novidade e solução no cenário político, está até o pescoço
envolvido com conexões espúrias movimentações bancárias suspeitas, manipulação
fraudulenta de eleitorado, problemas com taxas e pagamentos ilícitos, como fora
no caso de Donald Trump, que se vê sempre auto-ameaçado por um impeachment
'iminente', ou algo pior: o sistema de governo dele abre portas para a cegueira
arrogante e o autoengano egoísta, onde ultra trapaças caem como uma luva, vide
o caso onde o Facebook foi capaz de criar uma distopia matrixiana, onde pessoas
se transformaram em produtos cibernéticos plugados em câmaras digitais, frias e
indiferentes, que em um mercado negro comercializava dados visando o lucro
apenas dos chefes maiorais.
O trade político
é movido mesmo pelo morde-morde e pelo constante ranger de dentes, onde a
esquerda, o centro e a direita se digladiam via bots automáticos e fanáticos
inflamados. A máquina do atrito ideológico é diariamente reiniciada por gurus
reacionários e bastiões de ideias 'marxistas'; que, juntos, põem o debate
político nos moldes prontos, formas e artimanhas como teorias da conspiração,
desinformação e ataque ad hominem. É uma beleza! Nessa realidade, faça sol ou
chuva, Bolsonaro se desintegra suave e gritantemente.